Área: 351,8 m²
População: 31.264
Renda Per Capita: R$ 315,3
Água encanada: 98,5%
Energia Elétrica: 100%
Coleta de Lixo: 96,8%
Estou me referindo à Santa Rita do Sapucaí, município de Minas Gerais onde funciona o Pólo de Eletroeletrônica do sul de Minas. Para começar a conversa, o pólo em questão é composto de 112 indústrias que faturam juntas US$ 150 milhões anualmente. Não estaria falando de Santa Rita não fosse a manchete no jornal Valor Econômico de hoje: “Santa Rita teme criar empregos“.
A reportagem, um especial de página inteira, conta a controvérsia instalada na cidadezinha por conta da explosão de novos postos de trabalho. O aumento de produção dessas indústrias que estaria “roubando” trabalhadores que recebiam apenas um salário-mínimo (R$ 260,00) no comércio e agricultura local para atuarem em funções básicas industriais recebendo pisos salariais de R$ 357,00 além dos benefícios de praxe do mercado (transporte, plano de saúde, seguro de vida e tíquete-alimentação). Até agora já foram 2.700 empregos criados. Há uma previsão de mais 700 novos empregos até o fim do ano e uma projeção de mais 3.000 no médio prazo. Uma das empresas menciona o fato de estarem criando novas demandas na região. Garante, por exemplo, que se alguém quiser construir um condomínio de casas, a própria empresa tem interesse imediato em alugá-las para “importar” mão-de-obra especializada necessária aos seus negócios. Bom para a empresa, para o comércio local, para os cidadãos e para a cidade em si. Bom para todo mundo. Incluindo os reclamões.
Não tenho como pesquisar para afirmar com precisão, mas acredito mesmo que esse não é um caso isolado onde exista demanda por mão-de-obra em vários níveis. Agora me explica porque jovens e famílias inteiras continuam migrando para o Rio e para São Paulo, engordando as favelas e aceitando sub-empregos ou mesmo apelando para a informalidade?
Pode parecer meio utópico mas, para mim, este seria um perfeito campo de atuação para ONGs e afins. Atuar junto às tais indústrias e prefeituras, estimular a divulgação de tais vagas em escolas técnicas do Rio e de São Paulo, mostrar que existe opção de reais melhorias na qualidade de vida de famílias inteiras se elas optarem por sair das metrópoles. Bom, não sou cientista social, nem antropóloga, nem economista. Posso estar falando uma tremenda besteira, sei lá. Mas será realemente assim tão complicado começar a fazer alguma coisa?
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