Eu olhava pra ele e ele olhava pra mim. Ele estava lá há algum tempo, quietinho, só esperando. Trombava nele de vez em quando mas, na maioria das vezes eu ainda conseguia evitá-lo. Confesso que foi difícil, muito difícil. Em nenhum momento se tratou de preconceito: era uma simples questão de auto-conhecimento. Eu tinha certeza de que não faria outra coisa enquanto não desse cabo da situação e, assim, resolvia adiá-la. Tem sido assim já há alguns meses. Acontece que terminei minhas leituras sobre a Guerra de Tróia (pra desconfundir depois de ter assistido Tróia mais uma vez, agora em DVD) e fiquei sem nada pra ler. Eis que ele apareceu, vermelho e reluzente na minha frente. Cheirinho de novo. Não resisti: rendi-me ao Código Da Vinci de Dan Brown. Comecei no domingo e já estou na metade do livro. Tudo indica que até segunda, dia 15, eu já tenha decifrado todos os códigos propostos por Dan para Sophie e Robert. Eu sabia que isso ia acontecer. Foi assim com Tolkien, toda a trilogia dO Anel mais O Hobbit, O Silmarillion e Os Contos Inacabados. Não sosseguei enquantei não os devorei sem piedade. Foi assim também com Harry Potter, só que este foi algo estranho, era uma coisa progressiva: a voracidade com que eu os lia crescia junto com o algarítimo que indicava o volume da aventura – A Ordem da Fenix formou-se em minha mente em menos de 5 dias). Eu não tenho jeito mesmo. Adoro estas estórias….
A propósito, domingo último estava na casa de meus pais. A Globo retransmitia Missão: Impossível 2 e eu vibrava com as peripécias de Ethan e Cia enquanto meu pai resmungava algo como “pelo amor de Deus, filha… assim eles abusam da minha paciência!!!!“. Retruquei de cara (minha frase pronta preferida para os críticos de 007): “pôxa, pai, se quer ver realidade, espera pelo Jornal Nacional!“. Será que eu sou muito deslumbrada? O que eu gosto, ou melhor, o que eu amo no cinema é justamente a “livre magia” daquela coisa toda. É imaginar o que vão inventar dessa vez. Aonde vai parar a imaginação dos cineatas. É curtir a música e os cenários. É viajar barato no barato dos outros. Pra mim é simples assim. É claro que eu sei que tem toda a questão do imperialismo cultural estadunidense, e blá-blá-blá, mas, caramba, Amélie Poulain e Adeus, Lênin estão muito bem na fita pra mostrar que outros países também sabem produzir filmes leves e legais, bem populares. Cinema é diversão antes de tudo! Custa ser menos crítico? Ou será que vão me responder: “Sua Mané, custa ser menos alienada?”
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